
Quais as lições dos tempos turbulentos para quem investe na Bolsa de Valores
No primeiro semestre, quem investe na Bolsa de Valores passou por uma situação totalmente desesperadora, com seguidas e assustadoras quedas nos valores de ações e no fim do período se observou uma pequena recuperação, mas que ainda gerou grandes perdas para os investidores.
A grande causa dessa crise foi o coronavírus, que criou a limitação de circulação em território nacional e a instabilidade no preço do petróleo. O dólar disparou e com isso muitos investidores, principalmente os de primeira viagem, perderam dinheiro e ficaram em pânico, se arrependendo de terem feito esse tipo de investimento.
“Essa história toda surgiu para os investidores ficarem mais atentos e interessados nos produtos que investem. Os impactos não foram só em ações, foi geral, todas as classes de ativos sofreram, desde renda fixa a ações (com exceções de poupanças e poucas rendas fixas). Isso mostra que o mercado não é tão simples”, analisa a sócia da Redoma Invest, Carollyne Mariano.
Muitos dos investidores inexperientes desistiram e perderam ainda mais dinheiro, esquecendo que no mercado de ações, principalmente nesses momentos e por mais que pareça impossível, é a hora de manter a calma e não retirar seus investimentos desse tipo de aplicação por conta de altos e baixos.
Para quem estava com todo dinheiro investido em ações, o erro já começou de partida, sendo que a maioria dos especialistas recomendam que não se deve deixar o dinheiro em uma única aplicação.
“Quem faz isso fica muito suscetível a momentos como o atual”, explica Mariano. Ela se refere ao fato de que, apenas no mês de março, a bolsa caiu 29,9%, a segunda maior queda mensal da história. Isso faz com que, mais do que nunca, o investidor tenha que ter claro qual o perfil dele, o que espera com a aplicação do dinheiro.
“Quando se está direcionando dinheiro para essas áreas, é preciso saber também o que fará em caso de queda. Porém, temos que levar em conta que o que ocorreu foi o que chamamos de ‘cisne negro’, ou seja, em geral, só acontece a cada dez anos, mas que quando acontece, machuca”, explica Mariano.
“Com os juros baixos, se torna mais difícil ganhar dinheiro com investimentos financeiros, assim para ter lucro ainda é preciso correr riscos, investir em ações, fundos imobiliários, em fundos multimercados. Mas é preciso estar ciente de que crises acontecem e que esse dinheiro vem a longo prazo. Estamos caminhando para um mundo em que investidores direcionam dinheiro em ações”, analisa a sócia da Redoma.
Perder menos
Uma lição desse desastre é que uma alternativa para quem quer investir, mas que ainda não tem esse conhecimento, é buscar uma assessoria de investimento. Isso pelo fato de que, por mais que o investidor estude e dedique-se em relação ao mercado para identificar as melhores aplicações disponíveis, o tema é extremamente complexo e tem atualizações muito rápidas e constantes, sendo primordial grande dedicação.
Com uma assessoria é possível investir de forma mais segura e, diferente do banco, se obtêm um trabalho mais direcionado ao perfil da pessoa, não estando à mercê de metas estabelecidas de produtos das agências bancárias.
A sócia da Redoma Invest, Carollyne Mariano, conta que “infelizmente nesses momentos de baixa, quem vender o que tem investido por impulso perderá muito dinheiro. Mas quem está assessorado saberá o melhor momento para realizar compras e vendas e não entrará na pilha do mercado, tomando decisões no desespero”.
Contudo, mesmo com suporte não existe garantia de rendimento, por isso, o grande cuidado a ser tomado por quem quer investir é não direcionar todo seu dinheiro para a bolsa de valores, minimizando riscos em casos de novas crises que podem e vão acontecer.
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